quinta-feira, janeiro 17, 2008

Às vezes me surpreendo com certos atrasos da ciência. Não falo de phasers ou sabres de luz. Nem de fusão a frio ou computação quântica. Nem de tecnologia de ponta.

Trato aqui de situações do cotidiano. Aquelas pequenas invenções que só não existem por algum motivo desconhecido e absolutamente improvável.

Tomarei como exemplo duas coisas simples. A primeira é o Santo Graal do setor calçadista masculino, e a segunda, o acepipe definitivo de bares e botecos. As havaianas de mamilos e a porção de mamilos fritos. Sim. Mamilos, você leu certo.

Mas não qualquer mamilo. Aquele tipo raro, encontrado em poucos e afortunados seios, o mamilo rosado. Mamilos são como caviar. Caviar é sempre bom. O russo é ótimo, mas existe o cazaque.



Cenário 1:
Imagine você, após um insuportável dia de trabalho, reunião com o RH sobre "crescimento dos funcionários enquanto seres humanos dotados de humanidade", chegar em casa e seu cônjuge trazer, após as boas-vindas, sua havaiana de mamilos rosados. Alívio imediato. O cecê do Paredes some. Os óculos engordurados do Almeida da Contabilidade desaparecem. Só lhe sobra pensar nas edelweiss que crescem nas montanhas austríacas. É o que alguns chamam de nirvana. Meditam durante anos a fio, e nada. E você tem esse estado supremo de leveza, quase um sentimento oceânico pós-coito, bem aos seus pés.



Cenário 2:
Sabadão. Futebol no Playball, 40 reais pra jogar duas horas, pois aquela quadra esquema que você tinha arranjado fechou e construíram um vegetariano por quilo. Seu time ganhou a copa da empresa. Ninguém apostava que o Sivaldo do Setor de Patrimônio fecharia a zaga daquele jeito. O Gonçalves da Manutenção fez até chover no meio-campo. Placar final, 6x2, contra o time dos contínuos, que falavam que levariam o caneco, futebol-arte, aquele blablablá todo. Ainda não falei que você marcou 4 dos 6 gols. Cerveja por conta dos perdedores. Brahma gelada, de garrafa.


Difícil melhorar, ? O Sivaldo, sempre ele, conhecedor das coisas da vida, pede uma porção de mamilos rosados fritos, no capricho. Sequinhos, como manda a receita. Futebol? Goleada? Chapéu mexicano no Déverson, aquele folgado que sempre atrasa? Brahma? Ter certeza que a Cidoca, aquela secretária filé, vai te dar mole por conta dessa tarde digna da seleção de 58? Nada. Você está em outro lugar. Um lugar melhor. Só existe sua boca, degustando o maná. Torrentes de prazer estalam entre suas bochechas. Agora sim, não tem como melhorar.

Um comentário:

Bara disse...

HAHAHAHAHAHAHAHAHA