sábado, maio 08, 2004

Vocês conhecem o INRI Cristo, não? Pois é. Ele, com os Gigantes do Ringue, entrou semana passada em um seleto grupo, do qual fazem parte Lula, Celso Lafer, Miguel Reale Jr., René Ariel Dotti, Goffredo da Silva Telles, Fabio Konder Comparato. Todos estes, e mais outros, participaram de palestras e debates na Sala dos Estudantes, território livre dos alunos da São Francisco, cuja chave, simbolicamente, fica com o Centro Acadêmico. Um templo da democracia, das lutas e conquistas estudantis agora serve de picadeiro para que moleques que não foram amados na infância, ou que ainda se encontram nela, realizem fantasias com palhaços, malabaristas e mágicos. Quando entrei na Faculdade, um veterano me disse: "Essa faculdade é meio estranha: Se você cercar vira hospício, se colocar luz vermelha vira puteiro, e se cobrir vira circo". Não preciso mais cobrir, aquela que é considerada a mais tradicional faculdade do país tem seu próprio buffet infantil.

Na mesma semana, dias antes, um artigo em um jornal, editado pelos CAs da SanFran, Poli e Fea, ao versar sobre as fundações, usou o termo "esquerdalha", para designar os "potrestantes", aqueles que não acrescentam nada e contribuem para a perpetuação de uma visão muito conservadora da esquerda brasileira. A culpa do estado em que se encontra o movimento estudantil não é só da esquerdalha, que muitas vezes dá um tom romântico e idealista às lutas, mas também destes moleques que querem aparecer à custa de dinheiro público. A segurança, energia elétrica e condições materiais outras são pagas pelo Estado, enquanto os (poucos) retroprojetores da faculdade não funcionam quando o professor precisa.

Isso prova mais uma vez que vestibular não é um critério justo para o ingresso no ensino superior. Enquanto esses impúberes brincam de fazer política, ficando às vezes mais de mês sem entrar na classe, outros, que fariam jus à qualidade e tradição, tem suas vagas roubadas.

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